Infecção provocada pelo vírus da Hepatite A (VHA) que entra no organismo através do aparelho digestivo e multiplica-se no fígado, causando neste órgão a inflamação denominada hepatite A. A descoberta do vírus ocorreu em 1975, todavia, na Antiguidade, já se registavam surtos da doença, na altura chamada «icterícia infecciosa», e eram frequentes as epidemias em períodos de guerra e de cataclismos. A hepatite A transmite-se de pessoa para pessoa quando os alimentos ou a água estão contaminados por dejectos contendo o vírus, daí que seja mais frequente em países menos desenvolvidos, devido à precariedade do saneamento básico, e incida, principalmente, em crianças e adolescentes (50 por cento dos casos acontece antes dos 30 anos). Nos países ocidentais, com a melhoria das condições de higiene, somos expostos cada vez mais tarde a esta doença considerada aguda, mas que se cura rapidamente na maioria dos casos (ao fim de cerca de três semanas) sem necessitar de internamento hospitalar ou de um tratamento específico e sem deixar vestígios: após a cura, o vírus desaparece do organismo e surgem anticorpos protectores que impedem uma nova infecção, por isso, não existem portadores crónicos. Raramente esta doença é fatal, embora em adultos afectados por uma doença hepática crónica - originada por outro vírus ou pelo consumo excessivo de álcool - a infecção pelo VHA possa provocar a falência hepática, conhecida por hepatite fulminante; de outro modo, o risco é muito baixo, da ordem de um para mil ou mesmo para dez mil.
Quais são os sintomas? | | | Náuseas, febre, falta de apetite, fadiga, diarreia e icterícia são os sintomas mais comuns que, consoante a reacção do organismo, podem manifestar-se durante um mês. Os sintomas também variam consoante a idade em que há contacto com o VHA: apenas cinco a dez por cento das crianças infectadas apresentam sintomas, nas pessoas idosas a doença pode tomar formas mais graves. Mas 90 por cento dos casos de hepatite A aguda são assintomáticos. De início, a doença pode ser confundida com uma gripe, uma vez que esta também provoca febre alta, dores musculares e articulares, dores de cabeça e inflamação dos olhos mas, normalmente, as dúvidas desfazem-se quando a pele e os olhos ficam amarelados, sinal de que o fígado não consegue remover a bilirrubina e esta entra na corrente sanguínea, ou seja, o órgão inflamado não consegue retirar a bilirrubina do sangue. Inicialmente, pode confundir-se com qualquer outra hepatite provocada por vírus, se bem que o número de casos em que a icterícia não se manifesta seja maior. Outros sintomas possíveis, após a primeira manifestação da doença que se traduz na falta de apetite, vómitos, febre e num mal-estar geral, são o aparecimento de pigmentos biliares na urina, a falta de secreção biliar, dor na barriga, aumento do volume do fígado e, nalguns casos, o baço pode também aumentar de volume. Este tipo de hepatite definido pela letra A deixa o indivíduo extremamente fraco e debilitado; por vezes, a icterícia pode demorar mais tempo a desaparecer, prolongando-se durante dois ou mais meses. Podem também ocorrer de recaídas: um a três meses após o desaparecimento dos sintomas, estes reaparecem e, concomitantemente, os resultados das análises agravam-se podendo este quadro clínico e laboratorial persistir até seis meses. Contudo, a cura acaba por ocorrer em todos os casos. |
Tratamento | | | Não existem medicamentos específicos para tratar esta doença. Este tipo de hepatite trata-se, essencialmente, com repouso, durante a fase aguda, até que os valores das análises hepáticas voltem ao normal e a maioria das pessoas restabelece-se completamente em cinco semanas. Quando se aconselha repouso isso não significa que se permaneça na cama mas sim que devem ser evitados grandes esforços físicos. Também não se recomenda qualquer dieta especial; a alimentação deve ser equilibrada como, aliás, o bom senso indica em todas as ocasiões: rica em proteínas e com baixo teor de gorduras. Nos casos em que surjam diarreia e vómitos, para evitar a desidratação, devem beber-se muitos líquidos, entre os quais não se inclui o álcool, já que este, mesmo em pequena quantidade, agrava a lesão do fígado. As náuseas e a falta de apetite fazem-se sentir com maior intensidade no final do dia e, por essa razão, a refeição mais completa deve ser tomada durante a manhã. E como o fígado inflamado perde a capacidade de transformar os medicamentos e por isso alguns tornam-se tóxicos e agravam a doença. Alguns fármacos, especialmente narcóticos, analgésicos, tranquilizantes ou produtos de ervanária, não se devem tomar a não ser que o médico os recomende. Também não é muito aconselhável realizar uma cirurgia durante o período de tempo em que se está doente. |
retirado de: http://www.roche.pt/hepatites/hepatitea/
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário